segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

NATAL - SÍMBOLOS E TRADIÇÕES- PARTE I - AS ORIGENS DO NATAL

As tradições e os símbolos do Natal cultuados hoje em dia tiveram origens tão diversas quanto pitorescas e constituem, sem dúvida, os melhores presentes que a humanidade já recebeu. Esta, nem sempre lhes tem apreendido a mensagem: fraternidade e compreensão entre os homens, sob a proteção d'Aquele que renasce anualmente, para a tarefa de apaziguar um rebanho em constante luta fratricida, na busca vã e inútil de novos deuses.

O Natal sempre foi a grande noite do ano. Afinal, significa quase um final de ciclo, uma linha de chegada para os seus projetos sonhados, o momento da reunião de toda a família, a troca de presentes, a arrumação da árvore, a preparação da comida...
É uma festa para a qual as pessoas se mobilizam, se preparam...Ainda que tenha hoje um apelo comercial, fica uma coisa coletiva, o famoso "espírito de Natal", que contagia a todos, ricos e pobres. É a celebração do ano em que se enfeita a casa, as ruas, a cidade, e as pessoas querem exteriorizar o belo...Quem sabe esse não é um caminho para encontrar o belo interior?
No Natal, as coisas alegres ficam mais alegres, e as tristes, mais tristes ainda. Como era o seu Natal, quando você era criança? Que lembranças você tem? O que é mesmo que estamos comemorando no Natal? Qual é o verdadeiro significado dessa festa? E o que é afinal, o tal do espírito natalino?
O verdadeiro espírito do Natal é a união, celebração, bondade, perdão, confraternização.

AS ORIGENS DO NATAL

Nas línguas latinas o vocábulo Natal deriva de Natividade, ou seja, referente ao nascimento de Jesus. Em
inglês o termo utilizado é Christmas, literalmente " Missa de Cristo ". Já na língua alemã, é Weihnachtem e tem o significado  " Noite Bendita". 
Tudo começou na Antiguidade, com os festivais pagãos de meio-de-inverno dos Escandinavos e Celtas; depois, com as Saturnálias dos Romanos. Durante sete dias, os romanos viravam tudo de cabeço para baixo: patrões serviam escravos, homens se vestiam de mulher, e mulheres se vestiam de homem. As cortes eram fechadas e ninguém podia ser preso, até a jogatina era legal.
A Saturnália penetrou na Inglaterra nas costas dos soldados romanos invasores, transformando-se na Festa dos Loucos, onde tudo era permitido.
No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.
Mais de mil anos depois, o puritanismo custou muito a aceitar celebrar o nascimento de Jesus nessa época do ano, pois não se admitia que uma festa pagã fosse apropriada pela própria Igreja, e transformada em data sacra.  Mas era isso mesmo que a Igreja queria: para popularizar a Christ Mass, a missa de Natal, em louvor ao nascimento de Jesus ( daí o nome em inglês do Natal, Christmas), permitiram que ela passasse a ocorrer nas datas das antigas celebrações de Solstício de Inverno, que em todas as tradições do hemisfério norte do mundo exisitam, onde os povos, em tempo de rigoroso inverno, louvavam o Sol com grandes fogueiras, bebendo e comendo, pedindo seu breve retorno, pois sem o Sol, não há agricultura nem florescimento na natureza; tudo é escuro e triste, e a terra parece congelada, presa das forças da escuridão.
As Saturnálias romanas eram em louvor a Saturno, deus da agricultura. .
Muito antes disso, na Pérsia, havia o sacrifício do boi, duzentos anos antes do nascimento de Cristo. Era o culto de Mithras, e acreditava-se que ele havia nascido a 25 de dezembro de uma mãe virgem, numa caverna. Como Cristo, ele teve doze companheiros, e de igual maneira, morreu e renasceu.
Mas Mithras não foi o único deus antigo cuja vida lembra a de Jesus. O deus grego Apolo, o deus babilonio Baal, e os deuses egípcios Osiris e Horus ( nascidos a 26 e 27 de dezembro, respectivamente) também são associados à adoração do Sol. O deus indiano Krishna também nasceu numa caverna, com uma estrela brilhando acima dele. Houve um atentado visando matar Krishna quando criança e um massacre de infantes chegou a ser ordenado, tal como no caso de Herodes no tempo de Cristo.
Os judeus tinha no Hanukkah a sua celebração do solstício de inverno. Como o Natal, o Hanukkah acontece nos dias mais escuros do inverno ( hemisfério norte), sendo também tempo de brincadeiras e presentes. É também a celebração da luz, simbolizada pelas velas do candelabro de oito ramas. Daí o costume da tocha de Natal, que devia queimar durante doze dias, sem ser jamais apagada, em todo o norte da Europa.  Um costume que vinha dos druídas, antigo povo celta, de queimar uma tora de madeira durante doze dias ininterruptos. Se a luz se apagasse, significava a vitória do mal contra o bem.
Na época vitoriana, começaram a aparecer os cartões de Natal, um mais lindo que o outro.Assim com os vitorianos foram os responsáveis pelo renascimento de toda uma arte angelical, também assim fizeram  em relação ao Natal. Hoje, no mundo inteiro, luzes e mais luzes tremulam nas árvores, seja em Nova Iorque ou em São Paulo.
Ninguém sabe ao certo se o aniversário de Jesus acontece mesmo no dia 25 de dezembro. Astrônomos e estudiosos de astrologia tentam entender se o que houve naquela época foi uma conjunção dos planetas Saturno e Júpiter, o aparecimento de um cometa ou a explosão de uma supernova. Teorias mais correntes dizem que houve uma conjunção dessa magnitude 7 anos antes do nascimento de Jesus. Isso significaria que estaríamos 7 anos atrasados.  Outras teorias dizem que Jesus deve ter nascido em maio ou em agosto, meses mais quentes, justificando o fato de pastores estarem fora com suas ovelhas, o que jamais aconteceria no inverno.
Tenha nascido em maio, agosto ou dezembro, Jesus Cristo é o homem mais importanto do nosso tempo, um divisor de águas da humanidade. Seu nome vem da versão em grego de Joshua ou Jeshua, que significa
"salvador".  Cristo é a tradução grega para o hebreu " messiah", ou "escolhido".

Fonte: Natal - Biba Arruda e Mirna Grzich - Editora Três
           Símbolos de tradições do Natal-  A Gazeta de S. Paulo - 21/12/1961
           Imagem: google

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